segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Planeamento e Ordenamento do Território em Angola

Não poderia deixar de reflectir sobre a temática do planeamento e ordenamento do território de Angola, sobretudo porque não podemos aceitar que as cidades africanas terão de ser obrigatoriamente caóticas, sujas e desordenadas. Este é um dos casos que devemos ter a responsabilidade e o dever de mudar, nem que seja, por uma questão de orgulho angolano, ou seja, se no tempo colonial as cidades angolanas eram comparáveis ás melhores cidades do mundo, qual a razão para não voltar a sê-lo!


O planeamento e ordenamento do território são determinantes para uma protecção eficaz da saúde humana, do ambiente, do património e para a promoção da qualidade de vida.

O interior de Angola está com uma fraquíssima densidade populacional, contudo as cidades estão a cada dia que passa mais “dilatadas”.

O êxodo rural em países com a característica de Angola é uma realidade que ainda perdurará durante vários anos, que contribui como alavanca para o aumento das manchas urbanas. No entanto, esta situação não é sustentável a médio e longo prazo, sobretudo porque provocará a desertificação do interior de Angola por um lado, e excesso de população nas cidades por outro.

O forte êxodo rural de Angola tem duas fases distintas uma primeira fase iniciada em finais dos anos setenta do século XX provocado pelo inicio da guerra civil, a segunda fase iniciada com o acordo de paz de 4 de Abril de 2002. A tão ansiada paz de Angola quando chegou trouxe um forte crescimento económico da capital, consequentemente todos os dias chegavam a Luanda pessoas vindas de todos os cantos de Angola à procura de mais e melhores oportunidades, assim, Luanda alberga quase metade de toda a população angolana.

No final da primeira década do século XXI começam outras capitais província de Angola a conhecer também o crescimento económico, com destaque para Benguela, Lubango e Huambo, aliviando a pressão demográfica de Luanda.

No entanto, ao analisarmos o ordenamento e planeamento destas cidades verificamos que os centros das cidades estão a ser absorvidos por uma periferia urbana que cresce a cada dia que passa de forma caótica, predominando habitações muito precárias ao estilo de favelas do Brasil.

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