terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O Petroleo não é a nossa salvação!!

Talvez ainda hoje, a maioria das pessoas não percebeu que o nosso mundo esteve à beira do colapso generalizado, ou seja, financeiro, económico e social, com consequências catastróficas para a humanidade. O referido colapso traria desemprego a uma escala já mais vista, a fome generalizada seria inevitável, como também grandes revoltas sociais à escala global.


Mas, ao contrário do que nos querem transmitir, o mundo ainda não está livre do colapso, penso inclusive que será inevitável, porque os que podiam fazer a diferença pela positiva, não o estão a fazer.

Esta não é apenas a minha interpretação, pois «grandes nomes» do sistema financeiro e económico são da mesma opinião. O jornal angolano Expansão, criado recentemente tem desempenhado um excelente trabalho, sobretudo com artigos dos grandes gurus da economia, que me foram muito úteis para sustentar a minha afirmação.
Alerto que a crise em Angola acabou por não se sentir como se pensava, mas isso só aconteceu porque aparentemente a crise durou menos tempo do que se pensava, mas independentemente de ter ou não chegado o fim da crise, espero que os governantes de Angola não se esqueçam da lição - o Petróleo não é a nossa salvação!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

MASDAR

O Governo Abu tem convidado empresas de referencia mundial a instalarem-se na cidade sustentável de Masdar, um projecto, com conclusão prevista para 2016.


Estamos perante a primeira cidade 100% sustentável! Um investimento de 22 mil milhões de dólares, que está a atrair empresas de todo o mundo para ser uma referência mundial, não só na área das energias renováveis, mas também a todos os outros níveis relacionados com o ambiente e com a eficiência de tudo o que se utiliza ou se usa numa cidade. Haverá zero de desperdício, já que, toda a produção será reciclada.

O projecto de seis milhões de metros quadrados é fundado no modelo árabe da cidade murada articulado com tecnologia moderna de modo a alcançar uma sustentabilidade com desperdício energético nulo e continuo aproveitamento das energias utilizadas.

Masdar transformar-se-á num dos centros estratégicos de Abu Dhabi, com o interface de transportes a operar a curta e longa distância com o aeroporto internacional, permitindo a utilização oportuna da modernas redes viárias e a inserção do lugar na estrutura ferroviária e de transporte urbano.

O programa geral inclui a sede para a futura companhia energética de Abu Dhabi, uma universidade e um forte núcleo comercial apoiado por um ‘Innovation Center’.

A cidade desenvolver-se-á em duas fases, sustentadas em primeiro lugar pela central nuclear que se transformará na área de intervenção para a grande construção numa segunda fase. Assim, garante-se o crescimento urbano progressivo evitando que intervenções de pequena escala acabem por consumir o plano geral.

É nesta cidade projectada por Norman Foster que o Governo de Abu Dhabi pretende instalar a Agência Internacional de Energias Renováveis caso consiga vencer a batalha travada com três países europeus (Alemanha, Áustria e Dinamarca) para ser a sede do organismo.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O novo paradigma do planeamento e ordenamento do território e das cidades

O novo paradigma do planeamento e ordenamento do território e das cidades está também directamente relacionado com a eficiência energética e qualidade de vida das pessoas.


As cidades de Angola que agora iniciam o seu crescimento têm a oportunidade que muitas cidades do mundo já não têm, para abraçar o novo paradigma do crescimento das cidades.

Este novo paradigma passa por criar centros de comércio e de empregos junto das áreas residenciais periféricas. Pelo crescimento vertical (apesar de haver visões contra este tipo de crescimento, parece-me a solução mais profícua) em detrimento do crescimento horizontal das cidades. Passa também por eficiente rede de transportes e utilização oportuna de modernas redes viárias, ferroviária e de transporte urbano, rápido e personalizado. Nas “novas cidade” será possível reduzir, ou até mesmo eliminar os carros na zonas históricas, os habitantes deslocar-se-ão através de um metro ligeiro de superfície e de um sistema de transporte individual, subterrâneo, em pequenos veículos eléctricos.

Haverá centros de reciclagem, centrais para tratamento de resíduos, centrais para tratamento da água com plantações de espécies diversas para a produção de bens alimentares na periferia da cidade. No caso das cidades de Angola estas poderão ter uma rede compacta de ruas com áreas constantes de sombra como a melhor forma de encorajar as pessoas a andar, protegendo-as das condições climatéricas extremas do calor. O imenso número de horas de sol angolano não será só usado para o turismo este será utilizado nos telhados dos edifícios em Angola, a energia solar vai ser a mais utilizada para as habitações.

Este novo paradigma de cidade, já está me curso nos Emiratos Árabes Unidos, em Abu Dhabi, com a criação de uma cidade de raiz – Masdar.

O país tem 12 horas de sol por dia: a energia solar vai ser a mais utilizada. Para as habitações, o atelier de Norman Foster projectou edifícios baixos com painéis solares no telhado. Além disso é indispensável evitar meios de transporte poluentes. Não haverá carros na cidade da Masdar Initiative. Qualquer transporte, loja, entidade ou instituição estará a uma distância máxima de 200 metros. Para isso foi projectada “uma rede compacta de ruas” com zonas constantes de sombra como a melhor forma de encorajar as pessoas a andar, protegendo-as das condições climatéricas extremas – ou seja, o calor infernal próprio da região – a que o Abu Dhabi está exposto. Além disso, a rede de transportes é rápida e pode ser personalizada. Na cidade sem carros, os habitantes deslocar-se-ão através de um metro ligeiro de superfície e de um sistema de transporte individual, subterrâneo, em pequenos veículos eléctricos.

O modelo americano

Por exemplo, o modelo americano de desenvolvimento das cidades com base na expansão urbana para os subúrbios, os incentivos de compra de casa própria nesses subúrbios, construção de auto-estradas de acesso aos subúrbios e “esvaziamento” demográfico dos centros da cidade tornando-os em meras zonas de serviços, tudo isto é um modelo ultrapassado.


O modelo americano que tem como base o alargamento das cidades com concentração de serviços no seu centro produziu efeitos nocivos aos seus habitantes.

Com as pessoas a morarem cada vez mais longe dos seus locais de emprego, a necessidade de deslocação aumenta, este facto acarreta graves prejuízos para as pessoas e economia de um país. Por exemplo, com o passar de horas em filas de transito todos os dias ao longo de uma vida cria danos na saúde com o stress diário e com poluição do ar, tempo perdido para as pessoas e empresas, mas mortes nas estradas e obvia degradação da paisagem. Quem vive em Luanda sabe muito bem o que isto significa!

Por outro lado, este tipo de crescimento de cidade trouxe graves prejuízos ambientais e desperdícios energéticos, já que, o pára-arranca aumenta o consumo do automóvel em mais de 50%. Todos os dias os congestionamentos de trânsito significam perdas de milhares de dólares para a economia de um país.

Urge rever o:

Programa Nacional de Politica de Ordenamento do Território, contendo as orientações e directrizes para a organização espacial em todo país;

Planos Regionais de Ordenamento do Território, contendo os instrumentos estratégicos, com linhas de orientação de gestão do território que levem em conta a evolução demográfica e as perspectivas de desenvolvimento socioeconómico, e gizar, a partir daí, as directrizes de ocupação territorial a nível regional, como por exemplo a localização de infra-estruturas;

Planos Sectoriais, onde estão inscritos as responsabilidades dos diferentes sectores da administração central que tenham alguma influencia sobre o ordenamento do território;

Planos Intermunicipais de Ordenamento do Território, que servem para melhorar e optimizar a coordenação entre dois ou mais municípios. Podem abranger a totalidade ou parte dos concelhos de uma Província;

Planos Directores Municipais que determinam de forma objectiva como devem ser dividido o espaço de um município, entre áreas rurais, urbanizadas ou de expansão urbana, espaços verdes, áreas de equipamento e outros tipos de uso do solo.

Planos de Urbanização e Planos de Pormenor, estes planos detalham os PDM em determinados espaços do município, os planos de urbanização definem as redes viárias básicas, indica a localização das habitações, comércio, serviços e os equipamentos colectivos a construir. Os planos pormenor tal como indica o nome são mais cirúrgicos, são a base para os projectos de execução das edificações, ruas, jardins e outros equipamentos. Importa salientar que os planos de pormenor também podem ser construídos para espaços rurais;

Planos Especiais de Ordenamento, são suplementares e apenas elaborados pela administração central com o intuito de proteger valores naturais de interesse nacional, que podem ser de três tipos – Planos de Ordenamento das Áreas Protegidas, Planos de Ordenamento da Orla Costeira, Planos de Ordenamento das Albufeiras de Águas Públicas (Garcia, 2004).

A favelização das cidades de Angola

A favelização das cidades de Angola trará gravíssimos prejuízos económicos, financeiros e sociais para o país.


Por exemplo, todo o potencial turístico que Angola tem que podia trazer vários milhares de milhões de dólares e mais de um milhão de empregos a médio e longo prazo será gravemente afectado com a favelização dos espaços urbanos. Por outro lado, será inevitável o aumento da criminalidade violenta e generalizada como se verificam no Brasil, onde muitas favelas são autênticos Estados dentro do Estado brasileiro, situação esta inaceitável para qualquer Estado soberano.

São vários os académicos que defendem o regresso em massa de muitos habitantes das cidades para os campos, o problema é que nenhum deles diz como é que isso pode ser feito sem “beliscar” a livre circulação de bens e pessoas.

As pessoas tem de abandonar as cidades, regressando aos espaços rurais não só de livre vontade como também com motivos válidos para o fazerem.

Teoricamente ainda estamos a tempo com excepção de Luanda (a não ser que se gaste muitos milhões de dólares), de resolver todos estes problemas de desordenamento urbano com bons planos de planeamento e ordenamento do território que levem em consideração o que é relevante para um harmonioso uso do território.

Os instrumentos de planeamento e ordenamento do território ao serem desenvolvidos devem prever níveis de expansão urbana capazes de absorver o aumento brutal da população.

Os mencionados instrumentos devem igualmente criar condições para melhorar as condições de vida dos cidadãos; trabalho; lazer; assegurar uma distribuição equitativa de habitação; preservar os solos com aptidão agrícola; rentabilizar as infra-estruturas, de forma a evitar o alargamento desnecessário dos perímetros urbanos, este último ponto é de extrema importância.

A favelização das cidades de Angola, os empreendimentos imobiliários e a construção de estradas para crescimento de subúrbios está a aumentar excessivamente o perímetro urbano destas, contrariando o novo paradigma de ordenamento e planeamento das cidades.

Planeamento e Ordenamento do Território em Angola

Não poderia deixar de reflectir sobre a temática do planeamento e ordenamento do território de Angola, sobretudo porque não podemos aceitar que as cidades africanas terão de ser obrigatoriamente caóticas, sujas e desordenadas. Este é um dos casos que devemos ter a responsabilidade e o dever de mudar, nem que seja, por uma questão de orgulho angolano, ou seja, se no tempo colonial as cidades angolanas eram comparáveis ás melhores cidades do mundo, qual a razão para não voltar a sê-lo!


O planeamento e ordenamento do território são determinantes para uma protecção eficaz da saúde humana, do ambiente, do património e para a promoção da qualidade de vida.

O interior de Angola está com uma fraquíssima densidade populacional, contudo as cidades estão a cada dia que passa mais “dilatadas”.

O êxodo rural em países com a característica de Angola é uma realidade que ainda perdurará durante vários anos, que contribui como alavanca para o aumento das manchas urbanas. No entanto, esta situação não é sustentável a médio e longo prazo, sobretudo porque provocará a desertificação do interior de Angola por um lado, e excesso de população nas cidades por outro.

O forte êxodo rural de Angola tem duas fases distintas uma primeira fase iniciada em finais dos anos setenta do século XX provocado pelo inicio da guerra civil, a segunda fase iniciada com o acordo de paz de 4 de Abril de 2002. A tão ansiada paz de Angola quando chegou trouxe um forte crescimento económico da capital, consequentemente todos os dias chegavam a Luanda pessoas vindas de todos os cantos de Angola à procura de mais e melhores oportunidades, assim, Luanda alberga quase metade de toda a população angolana.

No final da primeira década do século XXI começam outras capitais província de Angola a conhecer também o crescimento económico, com destaque para Benguela, Lubango e Huambo, aliviando a pressão demográfica de Luanda.

No entanto, ao analisarmos o ordenamento e planeamento destas cidades verificamos que os centros das cidades estão a ser absorvidos por uma periferia urbana que cresce a cada dia que passa de forma caótica, predominando habitações muito precárias ao estilo de favelas do Brasil.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O peso da actividade petrolífera é esmagador na economia angolana

O peso da actividade petrolífera é esmagador na economia angolana e consequentemente muito prejudicial. Dirão alguns (os menos dados a questões económicas), ou seja, os que não entendem nada de planeamento estratégico para uma nação a médio e longo prazo, que é inevitável para qualquer país produtor de petróleo, que este tenha um peso na economia como aquele que tem em Angola.Evidentemente que tal raciocínio está absolutamente errado! São vários os países que tal não acontece, eu apenas darei um dos exemplos mais paradigmáticos – Emiratos Árabes Unidos – uma nação que no passado apenas vivia do petróleo, mas que actualmente vive de muitas mais coisas para além de deste ouro negro. Neste país do golfo Árabe - Pérsico, houve na última década e meia uma reestruturação profunda nos sectores de actividade. As entidades governamentais perceberam que o seu país estava refém do seu petróleo e tal situação seria dramática a longo prazo, por conseguinte, houve uma redefinição de prioridades para os país. Por exemplo na última década o sector terciário cresceu exponencialmente representando actualmente mais de 40% do PIB, com destaque para a prestação de serviços e com a criação de um forte centro financeiro internacional na cidade do Dubai, a indústria também conheceu novos desenvolvimentos, nomeadamente no sector mineiro, dos transportes e claro do turismo. Os Emiratos Árabes Unidos produzem quase 3 milhões de barris de petróleo por dia, um valor significativo em termos financeiros, no entanto, actualmente o petróleo ficou reduzido “apenas” a 15% do PIB

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Angola resiste ao primeiro sopro! E quando houver outro?

Felizmente Angola está a aguentar o primeiro sopro, mas será que aguenta um segundo, sobretudo se esse sopro ocorrer quando Angola já não tiver petróleo?
Por conseguinte Gazel, afirma que as perspectivas económicas para Angola são incertas, e salienta que "os sinais actuais apontam para um caminho difícil pela frente".
Estranho seria, se tal assim não fosse, Angola, a terceira maior economia de África subsariana e sétima do continente! Vivemos numa era global, e Angola de hoje é uma nação integrada neste mundo intrincado a nível económico, financeiro e cultural. Por conseguinte, não é possível ficar imunes à crise mundial.
Contudo, o Banco Africano para o Desenvolvimento refere também que a actual crise financeira internacional ameaça o crescimento do investimento no sector não-petrolífero de Angola, "dada a queda mundial dos preços e uma maior dificuldade na obtenção de financiamento para os novos projectos".

terça-feira, 14 de julho de 2009

E agora Angola?

Em todas crises devemos e podemos tirar várias lições. No caso concreto de Angola, a principal lição é que sem o petróleo, ficamos reduzidos a muito pouco.
Vejamos, o economista Gazel chefe do Banco Mundial, alerta que a economia angolana irá “sofrer uma contração em 2009, pela primeira vez nos últimos anos, devido ao recuo "dramático" das receitas petrolíferas”. Aliás esse facto ficou evidente já em 2008 com uma queda nominal do PIB que rondou os 17%.Com a continuação da quase depressão mundial para 2009 e talvez 2010 dificilmente os preços de barril de petróleo atingiram valores outrora conseguidos, consequentemente, verificar-se-á o declínio dramático esperado nas receitas petrolíferas, logo teremos os ajustes orçamentários que deverão resultar num abrandamento (que pode ser significativo) no crescimento do sector não - petrolífero.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

DOLARIZAÇÃO DA ECONOMIA ANGOLANA

a “dolarização” trouxe muito mais prejuízos do que benefícios, principalmente porque tem “alimentado” a economia paralela que tanto prejudica os cofres do estado angolano. Por conseguinte, a médio prazo podemos acreditar na diminuição significativa da “dolarização” da economia angolana, já que, cada vez mais os angolanos começaram a usar a sua moeda, a moeda nacional.
Outro dado significativo é a evolução do Produto Interno Bruto de Angola. Em 2003, um ano depois da paz, rondou os 3%, depois em apenas mais um ano passou para os 11% e até à grande crise mundial declarada em 2008, Angola teve um crescimento do seu PIB a girar nos 20%. No entanto, apesar da severa hecatombe financeira no mundo, PIB angolano cresceu cerca de 8% em 2008 e continuará a crescer (menos) em 2009, contrastando por exemplo com o brutal decréscimo para valores negativos do PIB dos EUA, Japão e EU.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O Futuro de Angola é hoje!

Angola finalmente encontrou o seu caminho, caminho esse que todos os angolanos ansiavam há muitas décadas. O crescimento económico é verdadeiramente incrível, é referenciado como dos maiores do mundo. A partir da paz assinada a 4 de Abril de 2002, iniciou-se a revolução económica, financeira e social de Angola. Por exemplo a inflação começou a baixar, em 2003 atingia os 98% e em apenas cinco anos quedou-se para valores a rondar os 10%. Um feito notável!